Emanuel Thales
Ele só tinha 02 anos e 10 meses. Parecia um dia
qualquer, uma brincadeira qualquer. Porém, nos dias ‘comuns’ há grandes
probabilidades de acontecerem coisas incomuns. Ou até mesmo tragédias. E foi
assim no dia 29 de novembro de 2016. Enquanto brincava no hotelzinho, um móvel
caiu por cima do pequeno Emanuel. Prontamente, as ‘tias’ o socorreram. Ele foi
conduzido a um hospital particular de Caruaru. Os médicos e enfermeiros fizeram
o possível, mas não houve possibilidade de fazer nenhum milagre. Com lágrimas
nos olhos, o “doutor” deu a notícia à mãe do garotinho: “ele está morto”. Sabe-se
que o significado do nome ‘Emanuel’ é ‘Deus conosco’. Hoje, o pequeno Emanuel
está com Deus.
Com fibra, força e fé, a mãe enfrenta a situação. É
antinatural uma mãe enterrar um filho. É sobrenatural o poder que a faz
continuar a viver, apesar de tudo. E não apenas viver, mas cantar. Sim. Antes
de tudo, a mãe dele tem uma voz, uma fé, um propósito. E, por meio dessa voz
apresenta sua fé e revela propósitos sacrossantos a pessoas.
Há uma música que talvez expresse bem o sentimento
pelo qual ela está passando. O título é ‘Desenho na geladeira’, interpretada
pela cantora Sonete. Na primeira estrofe da canção, é dito que lágrimas vêm aos
olhos dos pais ao enxergar o desenho do filhinho que acabaram de perder, preso
à geladeira com ímãs de estrelas. No decorrer da música, são feitas as
seguintes exclamações
“Que saudade das mãozinhas
Que desenharam tal
lembrança!
Que saudade dos olhinhos
Que brilhavam ao ouvir da esperança!”.
É muito semelhante a uma postagem da mãe do Emanuel, em uma rede social: “SAUDADES, cada brinquedinho,o
travesseiro...as fraldinhas que ele dormia (...) Muita dor!”
Em momentos como
este, quando a vida exibe a tela do imponderável, eu não encontro outra alternativa,
a não ser parar na curva do silêncio. Longe de mim está querer arrazoar sobre
causas existenciais, filosóficas ou teológicas. O que me resta é me
sensibilizar com o sofrimento, chorando com quem chora (mesmo de longe).
Simultaneamente, quedo-me em oração e rogo ao Pai que faça brotar esperança em
meio ao deserto. Que cada pingo de lágrima caído no solo regue o jardim da
existência desta mulher de fibra, que conhece o caráter do Celeste Autor.
Continuo ouvindo a canção da Sonete. Ela fala sobre uma
esperança que cresce ao longo do tempo. O choro retratado na primeira estrofe
dá lugar a um outro cenário, de agradecimento.
“Obrigado pelas mãozinhas
Que
desenharam tal lembrança,
Obrigado pelos olhinhos
Que brilhavam ao ouvir da
esperança
De um Jesus voltará
Pra acabar com toda a dor
E queridos
reunirá
Com seus braços de amor”.
Também esse trecho me faz lembrar de outra
postagem da mãe, na qual ela declara:
“Apesar de toda tristeza, Deus está comigo, e ele
nunca irá me abandonar! Seus planos são Perfeitos e Agradáveis. Emanuel está
com Ele!”
Os médicos não
conseguiram realizar o milagre de ‘salvar’ a vida do Emanuel. No entanto, um
milagre ainda maior acontece: a mãe manter a fé viva, mesmo sem ter havido
condições de recuperação. Acredito, do mais profundo do meu coração, que outro
milagre, imensamente maior, ainda acontecerá: o milagre da ressurreição. Quem o
garantiu foi o homem que veio à Terra com a missão de revelar Deus aos homens e
aos anjos. Um dia, o arcanjo soará a trombeta, a lei do Céu será instaurada, a
mãe abraçará seu filho e nunca mais a morte os separará.
Força, Andrea!
Força a
toda a família!
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